Sou um leitor ocasional, que já foi mais assíduo, do vosso jornal. Gosto, na generalidade, do conteúdo editorial do mesmo, privilegiando, e dedicando especial atenção, aos temas "de fundo" abordados, normalmente, nos cadernos interiores. Não dispenso, no entanto, as opiniões produzidas por alguns dos vossos cronistas habituais. E faço-o não só pela qualidade jornalística que nelas encontro mas, também, pelo facto de estarem em consonância com muitas das ideias que advogo e defendo. É sempre reconfortante sabermos que há quem se bata por um modelo de sociedade no qual nos revemos. Não desprezo, no entanto, pelo contrário, as peças jornalísticas de outros autores que me são menos simpáticos, ou "chegados", desde que, na mínima opinião, sejam produzidas com consistência de factos ou ideias.
Não posso, no entanto, deixar de notar que, muitas vezes, diria mesmo amiúde, encontro artigos que me deixam a reflectir sobre os mesmos. Ora porque não foram regididos com o devido cuidado na construção das frases, deixando à sintaxe um lugar de menoridade na comunicação das ideias, ora porque as gralhas, ou erros, porque não dizê-lo e assumi-lo, no vocabulário empregue, são por demais evidentes. Interrogo-me, assim, não só sobre a utilização menos cuidada da língua portuguesa em algumas peças jornalísticas, mas, também, sobre a existência, ou não, de uma "entidade crítica" interna ao jornal, que zele pela preservação das regras de utilização da língua que alguns de nós tão bem defendem, e pela qual pugnam.
Mas a razão pela qual resolvo, hoje [26 de Março], vir ao vosso contacto é outra. Estando a ler o artigo "Afastados mais dois vice-presidentes cubanos" [pág. 16], produzido por Jorge Heitor, deparo com este "mimo" jornalístico. Pedro Miret é referenciado como tendo participado no assalto de 1953 ao Quartel Moncada, em Santiago... do Chile! Pura distracção, desconhecimento histórico dos factos ou o chamado "erro de simpatia"? Santiago, está correcto; do Chile é que, como dizia o outro, "não havia necessidade".
João Vicente da Silva
Falta de atenção ou negligência, para não dizer que se trata de um caso de ignorância, é o que se pode concluir quando vemos publicada no jornal PÚBLICO de 26 de Março de 2009 uma notícia de diz que "o antigo Presidente Fidel Castro participara já no assalto de 1953 ao Quartel Moncada, em Santiago do Chile". Para repor o rigor geográfico e a verdade dos factos, não é necessário ir muito mais longe, pois basta uma consulta à Wikipedia para ficar a saber que, "a 26 de Julho de 1953, o jovem advogado Fidel Castro juntamente com outros 165 homens planearam o assalto ao quartel general de Moncada em Santiago de Cuba [e não do Chile] e ao quartel de Cespedes."
Anónimo
quinta-feira, 26 de março de 2009
Santiago era outro
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