Como leitor habitual do PÚBLICO tenho acompanhado os esforços do provedor para que este jornal tenha um mínimo de controlo de qualidade de modo a evitar que a sua leitura seja uma fonte de irritação pelo desleixo com que é produzido.
Veja por favor:
No dia 22/11/08:
1 - Numa só notícia (pág. 24):
“resultados poucos rigorosos” (destaque);
“springlers antifogo” (é "sprinklers" - sistemas automáticos antifogo);
“escala de Ritcher”;
“José, sem-abrigo que há cerca de um mês ocupa o beiral de uma pequena edificação” – estaria a fazer concorrência às andorinhas?;
2 – Somália, “o país mais ocidental do continente africano” (pág. 19);
3 - “os inspectores interceptou uma carrinha” (pág. 26);
4 - Na notícia sobre o filme Wild Field, a ilustrar o “olhar duro e mágico sobre a estepe russa” temos a fotografia de uma pilha de bacalhau salgado (pág. 13). Curiosamente, a mesma fotografia que em 24/11/08 ilustra “Os prazeres do fiel amigo” (P2, pág. 13).
No dia 23/11/08:
1 - “maioria absolutas” (pág. 8);
2 - “a sua adeversária” (pág. 17);
3 - “Os peritos mediram 110 mililitros de água por metro quadrado” (pág. 15). A precipitação exprime-se em milímetros ou litros por metro quadrado. Obviamente que um dia de chuva de grande intensidade não pode corresponder a 110 mililitros mas sim a 110 litros por metro quadrado. A especial invocação de “peritos” é pretensiosa. Em Caracas há estação meteorológica.
No dia 24/11/08:
1 - “Caixa de Providência” (pág. 9, duas vezes);
2 - “Israel tem de estar pronta” (pág. 12);
3 - “o Hamas tomou pelas armas tomou o controlo da Faixa de Gaza” (pág. 12);
4 - “a taxa de 39,6 por cento (…) será aplicada aos salários mais elevados” (pág. 13) - será aos rendimentos mais elevados?;
5 - “Timothy Geithner”/”Timothy Geithnerd” (pág. 13);
6 - “Faymann”/”Faymnann” (pág. 17);
7 - “Biencard Cruz/Bienchard Cruz” (pág. 18);
8 - “vai [de IVA] ser reduzida em 2,5 pontos percentuais”/”redução de dois pontos percentuais” (pág. 39);
9 - “embargo de propriedades de particulares incapazes de pagar as hipotecas” (pág. 39).
Já que é óbvio que o controlo de qualidade durante a produção não funciona, sugiro um controlo ao produto acabado. Uma revisão diária, com a correcção dos erros do que foi publicado, afixada num painel, teria certamente um efeito salutar. Entretanto, a utilização de um corrector ortográfico e gramatical limitaria os casos de ignorância ou desleixo mais chocantes.
A. F. Neiva Correia
domingo, 8 de fevereiro de 2009
A propósito da crónica "Controlo de qualidade"
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