Os fragmentos do "esclarecimento" que o director do PÚBLICO prestou a propósito da entrevista ao Presidente da República (12 de Setembro), publicados na última coluna do Provedor, são elucidativos a vários títulos.
Desde logo, não afastam um milímetro as dúvidas que suscitaram quanto ao enquadramento da entrevista e que se referem à hipótese de esta configurar o que habitualmente se chama "um frete".
Mas "fretes" fá-los quem tem estômago para isso e quem quer; nada a acrescentar.
Há contudo um outro esclarecimento, a que JMF chama "uma resposta a um rumor", que levanta mais questões. Na verdade, afirma o Director que "o PÚBLICO tem conhecimento de que círculos governamentais e do PS puseram a correr o boato(...)". Ora, como pode o PÚBLICO, pessoa colectiva, ou o seu Director ou algum ou alguns dos seus empregados ter conhecimento de quem "põe a correr um boato"? Não será o boato, por natureza, algo de tão difuso, ínvio e traiçoeiro que não é possível conhecer com segurança a sua origem? Em vez de "conhecimento" não se tratará de "suspeita" apenas? E, note-se, segundo José Manuel Fernandes, os tais "círculos" (governamentais e do PS, muito precisamente) "puseram a correr" o tal boato, não se limitaram a transmiti-lo, o que pressupõe serem eles os autores de uma "calúnia".
O Provedor dá (e bem) razão ao leitor que suscitou a crónica; mas não refere este aspecto da lamentável reacção do Director, cujo sectarismo anti-tudo o que cheire a esquerda começa a assumir características paranóides.
Alberto Dias
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Uma resposta que não é normal
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