Considero indigno que uma publicação com o posicionamento da vossa permita manifestações parciais e politizadas numa crónica desportiva. Bruno Prata utiliza no vosso jornal de hoje [8 de Junho, pág. 3, "Scolari tinha razão e o temor talvez tenha sido exagerado"] um espaço dedicado ao jogo Portugal-Turquia de ontem. Parece que o que se passou dentro do campo não interessa, o importante é utilizar o trampolim para o comentário político.
Então um brasileiro, porque sabe cantar o Hino, é português? E se aprender o "God Save the Queen", passa a ser súbdito de Isabel II? E um brasileiro, por ter êxito e marcar um golo, cala os "estúpidos" que reclamam direito a uma representação digna, interpretada por portugueses? O golo altera alguma coisa?
Penso que a ética jornalística se terá ficado a vestir em casa.
Caso se digne a considerar este escrito, não dê respostas do género "o espaço é da responsabilidade do cronista" ou "respeitamos a independência das ideias", etc. Deve exitir um orientação editorial, e não é o Sr. Prata o responsável por ela. É quem o deixa escrever e, pior de tudo, lhe paga.
Evidentemente, caso volte a ver textos do Sr. Prata no vosso jornal, este será o último que compro, uma vez que não pago para ser insultado.
José Pinheiro
Bruno Prata chama estúpidos a todos os que não concordam com a inclusão do Pepe. Ele pode chamar estúpidos aos amigos no café, nunca aos leitores do jornal. No texto aparece a palavra verborreia, o que é diferente. Em que ficamos?
Vitorino Guerra
NOTA DO PROVEDOR. É de facto verdade que as ideias são livres e que o provedor não se pronuncia sobre o conteúdo dos textos de opinião (salvo em situações extremas de defesa de ideias atentatórias dos direitos humanos, o que não é o caso). O provedor deu porém a Bruno Prata a possibilidade de responder a estas reclamações, tanto mais que havia a necessidade de explicar o facto de aparecer escrito "verborreia dos puristas da nacionalidade" no texto e "estupidez dos puristas da nacionalidade" no destaque. A sua resposta:
"A primeira carta já se encontra (ou pelo menos uma boa parte dela) publicada no espaço do Euro 2004 que o PÚBLICO criou numa zona autónoma dentro do seu site. No mesmo local estão outras mensagens a defender exactamente o contrário. É uma questão de opinião, tão ou mais respeitável do que a minha.
O caso é diferente relativamente à segunda carta. O leitor tem razão. No texto aparece verborreia, enquanto na citação (que devia ser retirada do texto está 'estupidez'. Isso aconteceu porque achei, entretanto, que esta última palavra era excessiva e decidi alterá-la. Mas, por esquecimento, só o fiz no texto. Ainda me lembrei disso a tempo, e, como o texto já estava na revisão, foi o próprio director Manuel Carvalho que pediu para que se fizesse a troca das palavras também na citação. Infelizmente, no entanto, alguma coisa correu mal (estávamos em cima da hora do fecho do jornal...), sendo eu naturalmente o principal responsável.
Sobre a questão da nacionalidade: não é a primeira vez que expresso esta minha opinião, apesar de saber que ela está longe de reunir consenso. No caso concreto do Pepe, estou completamente à vontade para o fazer, porque o conheço bem e sei que não aceitou jogar por Portugal por uma questão de oportunismo. De facto, ele fez questão de representar Portugal quando tinha mais do que qualidade para jogar na selecção brasileira. Ninguém escolhe o local onde nasce, e Pepe, não tenho a menor dúvida, sente-se tão português como qualquer um de nós. As referências que fiz ao facto de ele ter cantado o hino com visível emoção foi apenas uma forma de salientar isso mesmo".
Bruno Prata
terça-feira, 10 de junho de 2008
O portuguesismo de Pepe
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