Eis que, a págs. 2 da edição do PÚBLICO de 8 de Abril, se relata o que ontem de véspera no Parlamento sobre o (des)Acordo Ortográfico ["Choque de titãs deixa deputados hesitantes face ao Acordo Ortográfico]. Assinado por mão de um mestre do jornalismo: Adelino Gomes.
...Mas eis que, tratando-se jornalisticamente de matéria de língua portuguesa, leio - esmagado - esta enormidade: "Vasco Graça Moura continua a ser um dos mais acérrimos detractores do Acordo Ortográfico em discussão."
Um superlativo absoluto sintético precedido por "um dos mais"?
Como se fosse: "Um dos mais lindíssimos textos"? "Uma das mais belíssimas pinturas"? Ou "uma das mais gravíssimas asneiras"?!
Sou admirador acérrimo da qualidade de Adelino Gomes. Mas esta falta merece um comentário... com a "mais máxima" brevidade!
Nuno de Abreu
NOTA DO PROVEDOR. Contactado o jornalista Adelino Gomes acerca desta questão (capaz de levar ao engano muitos jornalistas, de tal modo se incrustou na linguagem corrente), concluiu-se que a frase não foi da sua responsabilidade, mas sim do director-adjunto, Nuno Pacheco, responsável pelo fecho da página, como o próprio reconheceu em resposta enviada ao leitor: "O pequeno texto a que se refere (que serve, aliás, de 'legenda' a uma fotografia de Vasco Graça Moura) não foi escrito por Adelino Gomes mas sim por mim próprio, Nuno Pacheco. E tem toda a razão: está mal escrito. Tem um 'mais' a mais. Deveria ser, obviamente, 'Vasco Graça Moura continua a ser um dos acérrimos detractores do Acordo Ortográfico em discussão'. 'Acérrimo' não foi a primeira palavra que escolhi, e daí o erro. Escrevi, primeiro, 'um dos mais radicais'. Quando emendei mantive, inconscientemente, o 'mais'. Terrível desatenção, eu sei..."
terça-feira, 8 de abril de 2008
"Mais" a mais
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