quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A nacionalidade de um satélite

Em virtude da notícia publicada online no PÚBLICO de 29 de Julho de 2009 intitulada “Empresa portuguesa entre os proprietários de um satélite de observação da Terra”, venho denunciar a publicidade gratuita, para não falar em falsidades, que a notícia contém, começando pelo tí­tulo e em frases como: “Pela primeira vez, uma empresa portuguesa, incluída no grupo aeroespacial espanhol Deimos, vai lançar o seu próprio satélite de observação da Terra.”

A Deimos Engenharia não é uma empresa portuguesa, é sim uma subsidiária de uma empresa espanhola. Sendo que a casa mãe, Deimos Espanha, é que é dona do satélite.

É uma pena que jornais como o PÚBLICO, tido como de referência, publiquem uma notícia destas sem pelo menos investigar o que a fonte, Deimos Eng., afirma, aceitando tudo como verdade absoluta.

Isto não é jornalismo, é comunicado à imprensa por parte da Deimos.

Cristina Azevedo

Resposta da autora da notícia

A empresa Deimos Engenharia é de facto uma empresa portuguesa e não uma subsidiária espanhola. Foi fundada em Portugal em 2002, contribui para o tecido empresarial português e, além disto, tem realmente capital português entre os seus accionistas.

É considerada uma empresa participada e não uma subsidiária: embora tenha uma maioria de capital estrangeiro, do grupo aeroespacial espanhol Deimos, tem também a participação de capital português. Segundo o director da Deimos Engenharia, Nuno Ávila Martins, o capital português atinge os dois dígitos.

Em organizações internacionais, como a Agência Espacial Europeia (ESA), a Deimos Engenharia é identificada como uma empresa portuguesa.

Por fim, também não digo que a empresa portuguesa é a proprietária do satélite. Digo que se encontra entre – e sublinho a palavra “entre” – os seus proprietários, por ter precisamente uma participação de capital espanhol. E, para que não restassem dúvidas, procurei logo na primeira frase da notícia deixar claro que a Deimos Engenharia faz parte do grupo espanhol Deimos.

Portanto, a notícia não contém “falsidades”, nem é “publicidade gratuita”, como sou acusada de ter feito.

Teresa Firmino

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