quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Este problema é real

Vejo com frequência os comentários que o PÚBLICO online permite que leitores anónimos insiram na página web. Em geral, são um nojo de cobardia anónima, insultos soezes, sectarismo partidário inimaginável, calúnias. Ninguém os modera, ficam dias e dias expostos a toda a gente até que a notícia seja retirada por desactualização. É uma vergonha para o jornal e uma cumplicidade objectiva com essas coisas, que até podem muitas vezes ser consideradas como difamação.

Outros jornais também permitem comentários online, mas já comprovei experimentalmente que exigindo identificação (e-mail comprovado) dos comentadores, com login obrigatório.

João V. Costa

Até quando a Direcção do jornal irá permitir os inqualificáveis "comentários dos leitores" às notícias publicadas, que mais não são que um permanente destilar de ódio, racismo e pregação da violência?

Podem naturalmente argumentar que não sou obrigado lê-los. Mas como os responsáveis pelo jornal nem sequer os colocam num sítio próprio, mas sim colados às notícias, torna-se impossível não deparar com as barbaridades que ali se escrevem.

Qual o objectivo do jornal? Gerar tráfego? Jogar para as estatísticas, ainda que estas se alimentem de neonazis e estalinistas fanáticos sempre a vociferar as suas cantilenas impregnadas de ódio?

É esse o jornal que querem?

Não seria a altura de acabar de uma vez por todas com isso permitindo um verdadeiro debate democrático entre os leitores sérios?

Alexandre Monteiro

Consulto diariamente, com interesse, o vosso jornal online, mas há algo que me vem desagradando profundamente: o nível dos comentários dos leitores, que piora de dia para dia. Por isso, deixei de procurar ler os comentários mas, em muitos casos, eles são-nos dados pelo próprio jornal. Julgo que se justifica uma análise cuidada aos comentários que têm vindo a ser produzidos ultimamente e a tomada de uma atitude que passe, pelo menos, pela não exibição de comentários sem que o leitor tenha de aceder propositadamente a eles.

Manuel Afonso Dias

Faço um apelo a que o PÚBLICO tome medidas drásticas no sentido de acabar com a publicação da grande maioria dos comentários. Entre comentários xenófobos, retrógrados, injúrias e insultos e muita estupidez, não vejo qual seja a utilidade de o PÚBLICO alojar estes espaços.

Nao me parece de todo que o PÚBLICO esteja a fazer um bom serviço à liberdade de expressão dando abrigo a estes comentários. Leio frequentemente a zona de comentários de outros jornais online (Guardian e Times, principalmente) e nunca vi as barbaridades que leio diariamente no PÚBLICO.

A minha sugestão será então que o PÚBLICO feche a zona de comentários ou em alternativa apenas permita que comentários previamente lidos por alguém da redacção sejam publicados.

Tiago Barros

Sou assíduo leitor do PUBLICO.PT, o qual faz parte do meu arranque na internet. Comento as notícias sempre dentro da maior educação e civismo. Vejo com tristeza que o PÚBLICO optou por automaticamente publicar os comentários às notícias. Acho errado, e o resultado está à vista. Poucos, como eu, cumprem os requisitos exigidos. Desde nicks ordinários e mesmo pornográficos aos comentários insultuosos e mesmo ordinários, tudo se lê agora. Peço que sejam revistos os critérios de publicação, para evitar este resvalar para a ordinarice que já está a acontecer.

Rolf

Quero saber por que não apagam as mensagens difamatórias, de mau carácter, que violam os princípios escritos nas regras de critérios de publicação: "são inaceitáveis comentários que contenham acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência ou que preconizem violações dos direitos humanos".

Assim peço que sempre que a denúncia se confirmar, isto é, sempre que os comentários dos leitores não respeitem os critérios estabelecidos, o comentário será retirado.

Ana Paula Lopes

Nos comentários a este artigo encontra-se um que termina assim:

"Os franceses são um povo que não se sabe governar. Ao longo da sua longa história, os melhores governantes, de Carlos Magno a Napoleão, não eram de raça francesa. Agora têm o que merecem: UM JUDEU HÚNGARO." [28.04.2009 - 16h49 - António Neves, Oeiras, Portugal].

Passaram 24 horas desde o seu aparecimento e, mesmo que mais ninguém tenha feito uso do botão para "Denunciar este comentário", eu fi-lo hoje pelas 08h00 da manhã. E ali continua.

Deveria ser "Denunciar e talvez um dia venha a ser retirado"?

Leitor anónimo

Por favor, retirem os comentários dos vossos artigos online. Compreendo que sejam interessantes do ponto de vista interactivo, mas, face aos seus conteúdos e à facilidade com que os lemos no seguimento de uma notícia, é desprestigiante para um jornal como o vosso ter certas barbaridades lá escritas. Ao menos coloquem-nos numa zona menos legível.

Nuno Novais Dias

Por solicitação sua, o provedor recebeu de António Granado, responsável do PÚBLICO.PT, as seguintes explicações:

O PÚBLICO recebe actualmente cerca de 2.100 comentários por dia. Desde há uns meses para cá decidiu mudar a sua política de filtragem de comentários, optando pela moderação a posteriori, pois essa é a única maneira de permitir a participação de todos os leitores, sem tempos de espera inaceitáveis, que reduziriam as possibilidades de um debate saudável e rápido.

Durante todo o dia, várias pessoas do PÚBLICO participam na filtragem dos comentários impróprios e analisam as denúncias que nos são feitas pelos leitores, através do botão que foi colocado ao lado de cada comentário. Essa filtragem nem sempre é feita com a velocidade desejável, pelo que muitas vezes os comentários impróprios estão visíveis no site mais tempo do que gostaríamos.

Temos tentado, na medida das nossas possibilidades, melhorar a gestão dos comentários, mas temos consciência de que não estamos a conseguir resolver os problemas com a celeridade que seria expectável num site de referência como o PÚBLICO. Optar pelo registo prévio não seria suficiente para resolver o problema: primeiro, porque limitaria muito a participação dos leitores e de todos aqueles que realmente estão interessados num debate civilizado num espaço de um jornal; segundo, porque de forma nenhuma evitaria a criação de personas falsas, com e-mails legítimos, que continuariam a boicotar o trabalho jornalístico e a tentar prejudicar a liberdade de expressão de todos os outros.

Manter este espaço de debate aberto é a melhor resposta aos que o tentam usar de forma ilegítima. Apagar os comentários impróprios, mesmo que muita horas depois de terem sido feitos, é a demonstração que "o crime não compensa" e que não podem ser alguns a estragar o espaço que é de todos.

António Granado

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