Diz o PÚBLICO de 22 de Fevereiro, no artigo "Ala do Museu do Prado reabre com Giordano" (pág. 14 do P2), de Joana Amaral Cardoso, o seguinte:
"A pintura da abóbada representa a glória do império espanhol e foi criada durante o reinado de Carlos II, último representante da Casa de Áustria, mas foi sendo coberta ao longo das décadas por sucessivas remodelações do Casón. No tecto, a Apoteose da Monarquia Espanhola mostra cenas do domínio espanhol no mundo, o seu pendor religioso e a fundação da Ordem del Tóison, uma ordem de cavalaria criada para celebrar o casamento de Felipe II de Espanha com a portuguesa Isabel de Avis."
Ninguém sabe no PÚBLICO que a Ordem del Tóison é a Ordem do Tosão de Ouro? E que não foi fundada por Filipe II, mas sim por Filipe, o Bom, Duque de Borgonha e Conde de Flandres, para celebrar o seu casamento com Isabel de Portugal (filha de D. João I, Mestre de Avis)? A única portuguesa que foi casada com Filipe II foi Maria Manuela de Portugal, filha de D. Manuel.
Paulo Almeida
NOTA DO PROVEDOR. Perante situações destas, nada mais há a fazer que não seja reconhecer o erro. É o que faz a autora da notícia, após consultada pelo provedor: «Houve de facto um erro, que também escapou à edição, pelo qual peço desculpas aos leitores. A pintura representa de facto, entre outros aspectos, a origem da Ordem em causa, mas cuja fundação foi erradamente atribuída a Filipe II de Espanha, quando na verdade se tratava de Filipe III, Duque de Borgonha». Bom seria que falhas deste tipo não existissem, coisa muito facilitada actualmente com os instrumentos de consulta rápida que os jornalistas têm à sua disposição. Aconselha-se o seu uso intensivo e permanente.
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Pontapé na História
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5 comentários:
Enviei o seuinte comentário para a noticia do Público Online "Jerónimo de Sousa acusa Governo Sócrates de desenvolver um Estado policial".
Excluindo o que se escreve genericamente sobre o jornal, penso que teria interesse o Provedor abordar o tema principal do comentário,
"O Publico é fantástico: 1. sabia da existência da iniciativa 2. sabia da dimensão previsível que teria (o PCP informara que esperava 10000 pessoas, como aliás o próprio Público publicou e mesmo que a iniciativa se tivesse ficado por aí - e não ficou, reuniu 50000 pessoas - que outro partido ousou fazer, recentemente, este tipo de iniciativa?) 3. o tema da iniciativa (a questão das liberdades e da democracia) foi tema muito abordado e discutido em noticias do Público (e em casos onde o próprio jornal está envolvido), em crónicas e mesmo em editoriais. Conclusão? Pelo que é dado a ver não enviou ninguém à iniciativa: utilizou as notas da Lusa e fotos de arquivo. Fico a saber que o Público acha que esta é a forma de fazer jornalismo e o Público fica a saber que acho que o seu jornal não presta. Amanhã veremos o que sai, mas neste caso, de tão transparente, apenas uma ideia fica: as opções editoriais e a gestão da agenda estão amarradas pelo preconceito anti-comunista. É claro que isto nada surpreende, antes confirma, mas como tive tempo e vagar..."
António Fonseca
Rio de Mouro
Ponto 1: Quando alguém diz "nós pensamos que" é porque, em princípio, está a transmitir uma ideia que não é apenas sua mas de um conjunto ao qual pertence. Neste caso, Margarida Botelho faz parte do PCP (foi assim que também a apresentaram), portanto sempre que diz "nós" e não "eu" é porque se refere a uma opinião não exclusivamente sua.
Ponto 2: "conspiratorial" é o quê? Será que queria dizer "teoria conspiratória"? E o Jorge Mourinha será jornalista?
Ponto 3: o que Margarida Botelho disse sobre a situação dos professores tem tanto de conspiratório como o seu comentário sobre o Marco Perestrello.
António Fonseca
Rio de Mouro
Há outros erros no artiguelho, tais como a afirmação segundo a qual Carlos II teria sido o "último representante da Casa de Áustria".
Talvez a autora quisesse dizer que Carlos II foi o último Rei de Espanha da Casa de Áustria; como é óbvio, o seu sucessor no Império, o seu irmão, eos filhos deste continuaram a Casa de Áustria.
Mas mesmo nesse caso, a afirmação seria errónea: D. Filipe I de Portugal,II de Espanha (e, obviamente, os seus sucessores) sempre reclamaram a pertença à Casa de Áustria.
NOTA DO PROVEDOR. O leitor anónonimo não tem razão no comentário anterior ao dar a entender que os Filipes de Espanha sucederam a Carlos II. Foi precisamente o contrário. Carlos II foi de facto o último representante da Casa da Áustria na Península Ibérica.
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